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Tomada de Decisão: O Cérebro e o Computador

Como tomar uma decisão? Quem leva a melhor nessa briga? Confiar no cérebro ou no computador na tomada de decisão? A tomada de decisão é algo que acontece o tempo todo com todos nós. Todo segundo estamos decidindo como tomar uma decisão em relação a algo.

Essa decisão pode ser de forma voluntária, involuntária, simples ou complexa. Tudo dependendo da situação que estamos vivendo naquele momento.

Cultura Analítica Tomada de Decisão Apoiada em Dados

  • Qual sabor de sorvete escolher quando vamos a uma sorveteria?
  • Qual caminho será que está com menos trânsito quando estamos indo para o trabalho?
  • Qual é a melhor roupa para ir ao casamento?
  • Por qual corredor ir quando entramos para brincar em um labirinto?

Quando levamos esse assunto para o ambiente corporativo o papo fica mais sério. Geralmente quanto maior o nível hierárquico mais importante e estressante é esta ação. O futuro da empresa pode estar em jogo. Depois de feito consequências positivas ou negativas virão. A Cultura Analítica nos dá a base para que este processo de tomada de decisões seja mais leve.

Nesse artigo vamos entender todo o processo de como tomar uma decisão.

Dividimos o artigo em 3 partes que são:

  1. O que leva o cérebro a tomar uma decisão
  2. O computador tomando decisões
  3. Quem deve tomar uma decisão na sua empresa? Você ou o seu Computador?

1 – O que leva o cérebro a tomar uma decisão

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Nosso cérebro tem aproximadamente de 3% à 4% do peso do nosso corpo, porém consome cerca de 20% de toda energia gerada. Isso significa que a tendência é o cérebro poupar o máximo de energia possível.

Porque é tão difícil tomar uma decisão?

É por isso que existe a dificuldade de executar qualquer ação pouco exercida ou nunca exercida, pois irá consumir muita energia do corpo pelo cérebro. Mudar é uma ação que custa muito ao cérebro. Tomar uma decisão é uma mudança.

Uma tomada de decisão é uma mudança de comportamento e isso exige um esforço muito grande do cérebro. Especificamente em uma região acima dos olhos chamada córtex pré-frontal.

O córtex pré-frontal é a região do cérebro que marca um ponto importante na evolução do ser humano. É ele que nos diferencia dos outros animais, pois esta é a região responsável pelo planejamento de comportamentos e pensamentos complexos.

Ou seja, o córtex pré-frontal é a região do cérebro onde o processo de tomada de decisão acontece de forma racional.

Como o processo de tomada de decisão acontece dentro do cérebro?

Vamos entender de forma simples (a intenção do artigo não é se aprofundar nesta questão, existem diversos artigos e livros de neurociência abordando esse assunto) como o processo acontece internamente no cérebro até que uma decisão seja tomada.

cultura-analitica-tomada-de-decisao-cerebroO processo de tomada de decisão acontece em duas áreas: Racional (Córtex Pré-Frontal) e Emocional (Amígdala e Núcleo Accumbens). Quando o cérebro identifica que uma decisão deve ser tomada as funções do córtex pré-frontal são ativadas iniciando a parte racional do processo. O cérebro também ativa a amígdala onde as atividades emocionais começam a trabalhar.

Para o neurocientista e autor do livro “How We Decide” – Como Decidimos, Jonah Lehrer, o segredo para se tomar a decisão correta é saber qual lado você deseja ouvir. O lado racional ou o lado emocional.

Após o córtex pré-frontal e a amígdala finalizarem suas atividades internas o processo é finalizado pelo núcleo accumbens que é responsável pela recompensa. Por exemplo:

Imagine que você está com muita fome. Quando você decide ir para a geladeira pegar algo para comer ou ir ao mercado para comprar comida, o núcleo accumbens libera a “substância da recompensa”, a famosa dopamina. A dopamina traz aquela sensação de alívio e bem-estar, pois a decisão foi tomada e o objetivo (comer, no exemplo) será realizado em breve.

Quais fatores que influenciam na tomada de decisão?

Nosso cérebro é influenciado por diversos fatores que agem diretamente no momento da tomada de decisão. São diversos fatores como: objetivo, fator de risco, pressão, urgência, experiências passadas, ambiente, necessidades fisiológicas e etc. Vamos entender melhor os últimos 3 fatores citados.

Experiências Passadas

Decisões passadas influenciam diretamente na tomada de decisão futura. Quando algo positivo resultou de uma tomada de decisão, as pessoas estarão mais propensas a decidir de forma semelhante, em uma situação similar. Pois as pessoas tendem a evitar a repetição de erros passados.

Isso quer dizer que as decisões futuras tomadas com base em experiências passadas não são necessariamente as melhores decisões.

Ambiente

O ambiente em que estamos no momento exerce grande pressão sobre nós. Sobre as tomada de decisão mais ainda.

Uma coisa é você ter de tomar uma decisão em sua casa, sentado no sofá. Essa situação tente a diminuir a pressão. Você está em um ambiente favorável, que causa bem-estar. Agora se você é o piloto de um avião que está com dois motores pegando fogo, a situação é completamente diferente.

No ambiente corporativo, o ambiente ao redor se molda de acordo com o perfil do gestor, o cliente sendo tratado no momento, a cultura da empresa ou até a época do mês (se você faz parte de uma equipe de vendas sabe o que estou dizendo).

Necessidade Fisiológicas

Estudos mostram o poder que as necessidade fisiológicas tem no momento de uma tomar de uma decisão.

Cientistas estudaram o efeito da bexiga cheia na tomada de decisões. Eles concluíram que tomamos uma decisão melhor quando estamos com vontade de urinar.

O teste fez com que voluntários tomassem 1 litro d’água. Aproximadamente 40 minutos depois, em um dos testes as pessoas tinham que escolher entre levar 16 dólares amanhã ou 35 dólares daqui a trinta dias. A maioria escolheu a última, a mais vantajosa.

Estar com o sono em dia aumenta consideravelmente a chance de fazer uma boa escolha. A conclusão veio de uma pesquisa feita pela Washington State University e publicada na revista científica Sleep. Durante a noite diversos hormônios são produzidos, nossa memória é ativada e ajuda a fixar coisas que aprendemos durante o dia.

A privação de sono causa cansaço, que por sua vez causa desatenção e prejudica no rendimento do cérebro na tomada de decisão.

2 – O computador tomando decisões

cultura-analitica-maquina-tomando-decisoesHoje vivemos na era digital. A cada dia vemos e sentimos o poder que os dados gerados possuem. Tudo que fazemos alimenta essa imensurável quantidade de dados gerados a cada segundo de origens e formatos diversos chamado de Big Data.

Mais do que nunca os computadores estão aprendendo conosco. Com base nesse aprendizado eles podem sim tomar decisões.

Vamos ver alguns exemplos:

  • Quando você coloca um caminho para ser traçado no Waze. É o próprio aplicativo que toma a decisão por onde você deve ir.
  • Quando você está no Netflix e você recebe recomendações de filmes e séries que você vai gostar de assistir. É a plataforma que está tomando uma decisão por você, para você.
  • Quando fazemos um exame médico e o mesmo passa pela análise de um sistema de computador. É esse sistema que toma a decisão se estamos doentes ou não.

Além dos exemplos citado, já é uma realidade executivos consultarem sistemas para ajudarem na tomada de decisão. Mais especificamente sistemas dotados de inteligência artificial para assim tomarem decisões apoiadas a dados.

O Watson da IBM é um exemplo. Há diversos executivos em todo mundo que primeiro ouvem o que o Watson está dizendo, para então tomar de uma decisão. Pesquisas mostram que eles estão extremamente satisfeitos com os resultados.

3 – Quem deve tomar uma decisão na sua empresa? Você ou o seu Computador?

Quando passamos para o ambiente corporativo esse assunto fica mais tenso. E piora à medida que o nível hierárquico aumenta. Muitas vezes o medo de se prejudicar, o que pode resultar em uma demissão e o medo de prejudicar a empresa, que afetará um ou vários setores faz com que a tomada de decisão seja uma ação de stress. O nível de stress pode ser tão alto que faz com que o tomador de decisão de todos os níveis sofram antes, durante e depois da tomada de decisão.

A tecnologia está ajudando diversos profissionais no mundo inteiro. A tomada de decisão foi uma grande beneficiada nesse quesito também. Quando uma empresa implanta a cultura analítica no seu cotidiano o apoio a tomada de decisão é um dos primeiros benefícios sentidos.

Mas quem deve tomar uma decisão você ou seu computador?

cultura-analitica-tomada-de-decisao-cerebro-ou-maquinaUm computador só será capaz de tomar de uma decisão se o mesmo tiver acesso a um sistema dotado de inteligência artificial. Esse é o primeiro requisito. Sem isso não será possível.

Porém, uma inteligência artificial só poderá tomar uma decisão e uma decisão correta, se ela aprender sobre as regras do negócio. Para chegar nesse ponto, temos que ensinar (literalmente) essa inteligência sobre as regras e processos dos negócios da empresa.

Vamos nos aprofundar nesse assunto em um artigo futuro mas essa técnica se chama Machine Learning ou Aprendizado de Máquina. Que é ensinar a máquina (inteligência artificial).

Depois de ensinar a máquina podemos listar algumas vantagens sobre o cérebro humano na hora de tomar de uma decisão:

  • A máquina não tem limite de memória, tudo que é ensinado ela irá aprender e não esquecerá de nenhum detalhe.
  • A velocidade de análise é infinitamente superior ao do nosso cérebro.
  • A máquina pode consultar e cruzar os dados de diversas fontes de dados em segundos.
  • A máquina pode trabalhar 24 horas por dia, 7 dias por semana, 365 dias por ano. Ela é incansável. Nós não.
  • Nós temos as emoções que influenciam muito na nossa tomada de decisão. A máquina não.
  • O cérebro pode se confundir em situações de pressão extrema. Já uma máquina, não sente pressão.

Na série House of Cards da Netflix, o personagem Raymond Tusk diz: “Decisions based on emotion aren’t decisions, at all. They’re instincts.” ou seja:

Decisões baseadas na emoção não são decisões. São instintos.

O tomador de decisão da era digital por um lado tem o benefício da tecnologia, mas o grande segredo é saber dosar entre o que a máquina analisou e o que o cérebro analisou. Parece um pouco controverso pelo que foi dito até agora. A tomada de decisão de uma máquina é fria. A moral e a ética podem não entram no jogo. Mas nós podemos coloca-los no jogo dependo da situação.

No mundo tão competitivo como é o de hoje não podemos tomar decisões baseado em achismos ou em emoções. Decisões devem ser apoiadas a dados. Dados significam fatos e evidências. O computador fará a análise detalhada e irá entregar a informação fria sobre determinada situação.

Mas como falado há situações onde a moral e a ética devem falar mais alto do que os dados. O tomador de decisão deve ter essa habilidade para identificar essas situações específicas.

Como disse o neurocientista Jonah Lehrer. O segredo para se tomar a decisão correta é saber qual lado você deseja ouvir. O lado racional ou o lado emocional do cérebro. Trazendo para nossa conversa, podemos dizer que:

O segredo para se tomar a decisão correta é saber balancear as informações que o computador nos dá e as informações que nosso cérebro nos dá. Dependendo da situação que nos encontramos.